⚡️ Por Que o Brasil Precisa de Mais DEAs Urgentemente
Já falei sobre RCP milhares de vezes. Já escrevi, postei, chorei, ensinei e lutei por isso (confira tudo no meu Instagram). Ainda assim, essa mensagem nunca envelhece—porque todos os dias, em algum lugar, um coração para de bater de repente… e o mundo de alguém muda para sempre.
Essa pessoa fui eu.
Esse momento foi em 1º de janeiro de 2019.
E quem agiu para me salvar foi o meu marido.
🫀 Segundos Que Significaram Sobrevivência
Quando meu coração entrou em parada cardíaca súbita, em um resort no Brasil, eu estava clinicamente morta. Sem pulso. Sem respiração. Meu marido, Ricardo, iniciou a RCP imediatamente, lutando desesperadamente para me trazer de volta. Minutos pareceram horas. Minha família correu em todas as direções em busca de ajuda. Mas o momento que mudou tudo foi quando um funcionário do hotel chegou com um DEA (Desfibrilador Externo Automático).
Essa máquina—ma caixinha com um poder impressionante—detectou um ritmo fatal chamado fibrilação ventricular e aplicou um choque.

Exemplo de um DEA em locais públicos – você deve estar atento a ele onde quer que vá!
(Jackyenjoyphotography/ Moment via Getty Images)
Esse choque religou meu coração. Mas a RCP e o DEA não apenas salvaram minha vida—salvaram o meu cerebro.
🧠 A Diferença Entre Estar Viva e Viver Com Qualidade
No Livro Coração de Esperança, meu marido relembra como, mesmo com meu coração batendo novamente, ninguém sabia se eu voltaria a falar… lembrar das minhas filhas… ou reconhecer minha família.
Se o DEA tivesse demorado apenas alguns minutos a maisa falta de oxigênio poderia ter causado danos cerebrais permanentes. A RCP que ele realizou manteve o sangue circulando o suficiente para preservar meu cérebro, e o DEA restaurou meu ritmo cardíaco a tempo.
Meu cérebro sendo monitorado de perto durante a recuperação no hospital.

📉 A Realidade Urgente do Brasil
O Brasil é um país lindo, vibrante, de proporções continentais. Mas esse tamanho também é nosso desafio. A maioria dos espaços públicos brasileiros ainda não possui DEAe a população não é amplamente treinada em RCP.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), um brasileiro morre a cada 90 segundos por doenças cardiovasculares—são mais de 400 mil vidas perdidas por ano.¹
Nos casos de parada cardíaca súbita, as chances de sobrevivência caem 10% a cada minuto sem desfibrilação.²
Sem acesso ao DEA, sobreviver—com qualidade de vida—é praticamente impossível.
💡 É Tempo de Uma Nova Realidade
Precisamos parar de tratar o DEA como um equipamento exclusivo de hospitais e ambulâncias. Precisamos deles em shoppings, escolas, igrejas, academias, praias—em todos os lugares onde a vida acontece. Aliás, até o nome “desfibrilador” talvez precise ser repensado. Ele assusta a pessoa leiga quem está por perto…
O Brasil não precisa apenas de mais treinamento em RCP.
O Brasil precisa de mais DEAs. Seja em quantidade, com regras mais simples, com tecnologia para localizá-los—o acesso atual é inaceitável.
Porque sobreviver não deve significar viver com sequelas ou em silêncio.
Porque eu sobrevivi.
E agora falo—por quem não pôde.
Vamos dar a mais famílias a chance de abraçar seus entes queridos novamente. Você entra nessa luta comigo?
Com carinho,
Jana Bonassi
Sobrevivente de Parada Cardíaca | Autora | Defensora da Vida
Fontes:
¹ Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 2023
² American Heart Association (AHA): “Chain of Survival,” 2023
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